Mulheres no Cinema | Tizuka Yamasaki
Tizuka Yamasaki é uma diretora de cinema, produtora, roteirista e designer de produção nipo-brasileira. A cineasta nasceu em Porto Alegre em 1949, morou durante muito tempo com a família em Atibaia e se mudou para São Paulo aos 15 anos.
De acordo com Yamasaki, quando seu pai era vivo a família falava japonês dentro de casa. Depois disso, sua mãe até chegou a contratar um professor de japonês para manter o idioma presente, mas a cineasta relata que teve um bloqueio e certa rejeição para continuar a aprender japonês.
Além da língua, Tizuka já afirmou que fazia permanente no cabelo porque tinha vergonha de seu cabelo liso. Foi apenas com o desenvolvimento de seu primeiro longa, Gaijin, em 1980, que realmente se aceitou como descendente de japoneses.
No ano de 1970, Yamasaki se mudou para Brasília com a finalidade de cursar Arquitetura na universidade de Brasília. Porém, a faculdade foi fechada e a diretora se transferiu para o Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF, onde se formou em cinema e realizou alguns curta-metragens. Lá, se aproximou de Nelson Pereira dos Santos, cineasta que foi um de seus professores e com quem trabalhou como assistente.
Hoje com 71 anos, Tizuka Yamasaki é mãe de três filhos: Ilya, Fábio e Naína. Em entrevista, a cineasta já afirmou ter um estilo “mãe” para lidar com atores e a equipe em um set de filmagem, algo que foi notado por um de seus próprios filhos, Fábio, que chegou a afirmar que Tizuka transita com mais intimidade no set do que em casa.
Confira abaixo alguns dos principais momentos de sua carreira e trajetória no cinema!
1974
Foi continuísta e fotógrafa de cena no filme O Amuleto de Ogum, dirigido por Nelson Pereira dos Santos.
1978
Fundou sua própria produtora, chamada CPC, responsável por filmes como Bar Esperança (1983, Hugo Carvana), Rio Babilônia (1982, Neville De Almeida) e Idade da Terra (1980, último filme de Glauber Rocha).
1980
Teve seu primeiro longa-metragem como diretora, no qual também atuou como roteirista. O longa, chamado Gaijin - Os Caminhos da Liberdade, retrata as dificuldades de imigrantes japoneses em uma fazenda de café no início do século XX. Recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Gramado, além de uma Menção Especial pelo júri do Festival de Cannes.
1983
Atuou como diretora do filme Parahyba Mulher Macho, baseado na história e vida da poetisa feminista Anaíde Beiriz. A escritora foi amante de João Dantes, rival político e assassino de João Pessoa. Vale lembrar que foi com a sua morte que teve início a Revolução de 1930.
1984
Dirigiu seu terceiro longa-metragem, o Pátriamada, que começou a ser gravado durante o movimento das Diretas Já e sem roteiro, unindo a vida real com a ficção. No mesmo ano também produziu Bete Balanço, drama musical de Lael Rodrigues.
1989-1990
Ao lado de Carlos Magalhães, dirigiu a novela Kananga do Japão, voltada para o público adulto e que foi muito bem recebida pelo público, imprensa e crítica. A novela foi produzida pela extinta TV Manchete e foi estrelada por Christiane Torloni e Raul Gazolla. Recebeu o troféu de seis categorias da Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Anos 90
A partir desta década, a cineasta se dedicou a dirigir filmes para o público infantil, a exemplo de Lua de Cristal, primeiro filme da Xuxa de 1990, Xuxa Requebra em 1999, e O Noviço Rebelde em 1997, estrelando Renato Aragão. Todos eles foram sucessos de bilheteria. Em 1996 foi diretora do filme Fica Comigo, voltado ao público jovem e adolescente. A obra é estrelada por Antonio Fagundes e tem como tema principal a relação entre pais e filhos.
2000
Além de receber a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura, uma homenagem do Governo para pessoas e instituições que se destacam em trabalhos prestados à cultura brasileira, trabalhou também no filme Xuxa Popstar, dirigindo ao lado de Paulo Sérgio Almeida.
2005
Voltando ao tema de seu primeiro longa-metragem como diretora, lançou o filme Gaijin - Ama-me como Sou.
2010
Dirigiu o filme Aparecida: O Milagre, estrelado por Murilo Rosa, Leona Cavalli e Maria Fernanda Cândido.
2013
Tizuka Yamasaki dirigiu um documentário sobre a personalidade que é Tomie Ohtake, artista plástica japonesa, naturalizada brasileira, que completou 100 anos na época do filme.
2014
Foi diretora do filme Encantados, que abriu o festival de cinema brasileiro em Miami e foi indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante.
Por Ana Clara PSMO