Instituto de Cinema de SP

10 Excelentes Filmes para conhecer o Cinema Francês

A história do cinema está atrelada ao cinema francês desde suas origens. Desde a primeira projeção pública realizada pelos irmãos Lumière em 28 de dezembro de 1895, com o filme L’Arrivée d’un Train à la Ciotat, os diretores franceses marcam presença na história da sétima arte.


Nos primórdios do cinema, foram os cineastas franceses Alice Guy Blaché e Georges Méliès que introduziram a forma narrativa, utilizando a capacidade de gravar imagens em movimento para contar histórias. Por conta disso, Alice é considerada a primeira roteirista de cinema, enquanto Méliès recebeu o título de pai dos efeitos visuais, com seus truques e traquitanas cinematográficas.


Durante as duas primeiras décadas do séc XX, o cinema francês viveu um período de grande prosperidade na Europa e no mundo, para então se deparar com as consequências da guerra. A depressão econômica que se seguiu aos conflitos da primeira Guerra Mundial abalou as produções cinematográficas francesas, abrindo espaço para que os filmes americanos pudessem conquistar o público europeu.


É só nas décadas de 1950 e 1960 que o cinema francês consegue se restabelecer. Agora com uma nova abordagem - que apresenta um olhar político e social - diretores importantes como Jean-Luc Godard, Agnès Varda, François Truffaut e Alain Resnais, ficam conhecidos. Assim como o movimento chamado de Nouvelle Vague, surgido em reação aos filmes Hollywoodianos, que dominavam as telas de cinema.


Com a publicação da revista de cinema Les Cahiers du Cinema, passa a ser valorizado na frança o cinema de autor. Ou seja, um cinema que priorizava a criação artística do diretor, ao invés das necessidades financeiras dos estúdios, que não deveriam intervir na produção dos filmes. A Nouvelle Vague é considerado um dos movimentos mais marcantes da história do cinema e influenciou cinematografias ao redor de todo mundo, inclusive o Cinema Novo brasileiro e o Nuevo Cine Latino-americano.


Caracterizado por filmes sensíveis, que possuem um ritmo próprio, e reflexões sobre as grandes questões da humanidade, o cinema francês é carregado de originalidade e marcas autorais. Para você começar a se aventurar nesse mundo repleto de obras-primas, o Instituto de Cinema preparou uma lista de 10 excelentes filmes franceses, da Nouvelle Vague aos contemporâneos! Confira:


Acossado, Jean-Luc Gódard (1960)


O primeiro filme de um dos cineastas franceses mais polêmicos de todos os tempos. O protagonista é um jovem fora-da-lei que, depois de matar um homem, empreende uma fuga louca em busca de uma sociedade que possa compreendê-lo.


Paixão, reviravoltas e mil coisas no caminho, e o final é, como sugere o título original do filme: “À Bout de Souffle”, de ficar ‘sem fôlego’.


Os Incompreendidos, François Truffaut (1959)


‘Os Incompreendidos’ é o primeiro longa-metragem da carreira de François Truffaut, o filme traz alguns elementos da infância turbulenta de um garoto que tenta se adaptar ao mundo a sua volta. Tido por muitos como o primeiro passo da Nouvelle Vague, o filme se notabiliza como um dos mais importantes da história do cinema francês.


Hiroshima, Meu Amor, Alain Resnais (1959)


No enredo, uma jovem francesa passa a noite com um japonês em Hiroshima, onde ela foi enviada para filmar um filme sobre a paz. Ele a faz lembrar do primeiro homem que ela amou, um soldado alemão da Segunda Guerra Mundial.


Um dos marcos iniciais da Nouvelle Vague, o filme mescla ficção e documentário em um belíssimo e original drama histórico.


Cléo das 5 às 7, Agnés Varda (1961)


De uma das maiores e mais conceituadas diretoras de todos os tempos, o filme conta a história de Cléo, uma cantora que faz um exame para descobrir se está com câncer. O resultado sai em duas horas, então ela decide andar pelas ruas da cidade enquanto aguarda. Cheia de dúvidas sobre como deve agir diante da doença, acaba cruzando com Antoine, um jovem militar que está prestes a partir. Um olhar sensível sobre as relações, dúvidas e propósitos da vida.


Intocáveis, Olivier Nakache (2011)


A história da construção de amizade entre um milionário tetraplégico e um assistente problemático sem experiência nenhuma em cuidar de pessoas. Ao passo que Philippe consegue enxergar em Driss, uma pessoa capaz de cuidá-lo sem o tratamento de coitadinho, Driss começa a enxergar no aristocrata uma pessoa bondosa, capaz de ensinar e ansiosa por aproveitar o máximo da vida. É engraçado, comovente e marcante.


O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, Jean-Pierre Jeunet (2001)


A história de Amélie é provavelmente a mais conhecida entre os filmes franceses atuais. Seu jeito doce, inocente e puro de enxergar a vida e as pequenas delícias que ela proporciona é encantador do primeiro ao último minuto do filme.


Entre ajudar pessoas a se reencontrarem com seu passado, uma amizade com um pintor preso a uma rara doença e a busca por um grande amor, a protagonista constrói um percurso que faz jus ao título do filme. É um filme realmente fabuloso, com trilha sonora, fotografia e direção de arte incríveis!


Amor, Michael Haneke (2013)


Você vai precisar de uma caixa de lenços para dar conta de tanta emoção. Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, o drama acompanha um casal de idosos que vê sua vida desmoronar quando a mulher, Anne, sofre um derrame e precisa ser cuidada pelo marido. É um filme sobre amor, lógico, mas também sobre comprometimento, lealdade e cumplicidade.


Azul é a Cor Mais Quente, Abdellatif Kechiche (2013)


Adaptado de uma história em quadrinhos e um dos filmes mais premiados do ano de 2013, essa história de conquista de maturidade e paixão é definitivamente marcante. Adéle é uma adolescente que, após relacionamentos heterossexuais frustrados, descobre gostar de garotas. Se apaixona por Emma, e as duas vivem uma ardente e complicada paixão.


A evolução das personagens como casal anda em paralelo com a evolução de Adéle como pessoa. O filme tem uma fotografia linda e o final é de fazer o coração parar.


Persépolis, Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud (2007)


A biografia de Satrapi tornou-se uma bela animação, indicada ao Oscar, que se passa desde que a garota tinha apenas dez anos, um pouco antes da Revolução Iraniana de 1979 até seus 22 anos de idade, já como expatriada. Não só a história é fascinante, mas a estética também agrada muito. Para os fãs de animação é um prato pra lá de cheio.


Bom Trabalho, Claire Denis (1999)


Claire Denis se afirma, com este filme, como uma das maiores cineastas dos nossos tempos. Através de um olhar sobre os corpos e o cotidiano de um grupo de soldados franceses da Legião Estrangeira, que foram abandonados no golfo de Djibouti, na África, Denis estabelece uma nova forma de representação da masculinidade no cinema, atravessando a violência da situação que permeia as vidas desses homens para reestabelecer o lugar de afeto entre eles e o mundo.


 


Por Isabella Thebas

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