Instituto de Cinema de SP

10 filmes para conhecer o cinema argentino

O cinema argentino começa a ser produzido pouco depois da primeira exibição dos irmãos Lumière feita no país. Cerca de 4 meses depois, as primeiras obras começam a surgir, com vistas de acontecimentos cotidianos e também filmes de temática histórica e patriótica, caso de  "A Revolução de Maio", estreado em 22 de maio de 1909. A literatura e história já formavam a base para o que seria o cinema argentino.


Em 1931 chega o cinema sonoro, dando espaço para a indústria cinematográfica no país. A soma de som e imagem enriqueceu o cinema argentino, que já começava a construir uma identidade própria.


A Argentina passa por um momento de dificuldade em 1942 e suspende-se a importação de filme virgem. Após a eleição de Perón é aprovada a Lei do Cinema, que deu espaço para as produções argentinas. Porém com a ditadura de 1955, passa por mais um problema e tem as produções paralisadas por 2 anos. Nesse momento ocorrem perseguições a pessoas ligadas ao cinema.


Com o surgimento de novos diretores e novas ideias em 1957, o cinema argentino começa a se renovar à partir de 1960. Na década de 80 o Cinema Pós-Ditadura  começa a ganhar visibilidade com nomes como María Luisa Bemberg ("Camila"), Pino Solanas ("Tangos, o Exílio de Gardel") e Luis Puenzo ("A História Oficial").


Em 1990 surge o que é chamado de Novo Cinema Argentino, carregado com novas perspectivas e realizações independentes. O precursor do movimento é Martín Rejtman com o filme "Rapado". Diretoras e diretores ganham espaço com seus filmes nos anos seguintes, somando à história do cinema argentino com grandes filmes, como Lucrecia Martel com "O Pântano", tornando-se um dos principais cinemas entre os países latino-americanos.


Na lista abaixo você encontrará uma diversidade de filmes para conhecê-lo melhor.


 


Camila (1984), Maria Luisa Bemberg


Camila é um filme do gênero drama que vai além do romance, passando pelas características sociais de Buenos Aires no século XIX. Na Argentina, uma bela aristocrata e um padre jesuíta se apaixonam. O filme é baseado em uma história verídica.


 


A História Oficial (1985), de Luis Puenzo


Primeiro filme argentino a ganhar um Oscar, A História Oficial é polêmico e tem tom de denúncia contra a ditadura militar sofrida pela Argentina. Após o fim da Guerra Suja no país, uma professora investiga a origem de sua filha adotiva.


 


O Pântano (2001), Lucrecia Martel


Com atmosfera pesada e estrutura de narrativa  diferenciada, o filme prende pela complexidade dos personagens e o visual criado por Lucrecia Martel. Na Argentina, conta-se a história de um casal que enfrenta um calor infernal em sua casa de campo, junto aos filhos adolescentes. Uma prima traz os filhos também. Quando a mulher sofre um acidente doméstico, os adultos vão para a cidade e os jovens ficam sozinhos.


 


Leonera (2008), de Pablo Trapero


Julia é presa acusada de ter matado o namorado que estava envolvido com outro homem. Grávida, enfrenta os desafios de criar o filho numa ala especial da prisão. O filme se concentra em retratar o cotidiano do presídio em que Julia passa a viver e os modos de relação dentro dessa realidade.


 


O Segredo dos Seus Olhos (2009), de Juan José Campanella


Segundo filme argentino vencedor na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, O Segredo dos Seus Olhos conta a história de Benjamín, um oficial de justiça que decide escrever um livro após se aposentar, usando suas memórias como base da criação. Sua inspiração é um caso real de estupro e assassinato de uma jovem. Em sua jornada, o aposentado conhece o marido da vítima e promete ajudá-lo a encontrar o culpado.


 


Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual (2011), de Gustavo Taretto


Tratando de um assunto atual, Medianeras apresenta Martín e Mariana, seres solitários que moram em Buenos Aires e têm dificuldades em se relacionar com o mundo. Sempre se cruzam na rua, mas nunca se veem. A ascensão da tecnologia vem para mostrar como agora faz parte de nossas relações. Em busca de alguém que os compreenda, os protagonistas compartilham histórias.


 


Um Conto Chinês (2011), Sebastián Borensztein


Roberto, um homem solitário e ranzinza, é dono de uma loja de ferramentas em Buenos Aires. Sua rotina é metódica, mas passa por mudanças quando um chinês que não fala sequer uma palavra de espanhol aparece em seu caminho e Roberto decide ajudá-lo.


 


Querida, vou comprar cigarros e já volto (2011), de Mariano Cohn e Gastón Duprat


O filme nos faz refletir sobre nossas escolhas. Ernesto recebe uma proposta inusitada: receber 1 milhão de dólares para viver novamente 10 anos de sua existência em qualquer época que escolher. Ao aceitá-la, porém, ele percebe a complexidade da vida.


 


Elefante Branco (2012), de Pablo Trapero


Filme destaque do festival de Cannes em 2012, Elefante Branco trata de um assunto delicado: a Igreja. Mostrando uma Buenos Aires diferente das usuais cheias de glamour, aqui o centro são as periferias, retratadas quando os padres Julian, Nicolás e a assistente social Luciana lutam para melhorar as condições de vida de uma favela na periferia de Buenos Aires. Seus objetivos entram em conflito com os interesses do governo, do tráfico e da própria Igreja.


 


Relatos Selvagens (2014), de Damián Szifron


Com uma espécie de compilado, o filme reúne seis histórias que colocam os personagens em situações desafiadoras. Cada um dentro de sua própria história coloca em xeque seus lados selvagens e irracionais.


 


Assistindo a esses filmes, você estará conhecendo um pouco sobre a história da Argentina e de seu importante cinema.


Por Mariana R. Marques

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