Instituto de Cinema de SP

A sétima arte exerce um fascínio no imaginário do público, seus figurinos são copiados e servem de inspiração para o mundo da moda. O cinema cria tendências, tanto que alguns filmes são lembrados por seus figurinos inesquecíveis. Quem não se lembra da calça jeans surrada e da jaqueta  vermelha de James Dean, em "Juventude Transviada" (1955). Esse estilo de se vestir conquistou muitos jovens nas décadas de 50 e 60 e até hoje simboliza rebeldia e liberdade.

Os figurinos são peças marcantes nos filmes, eles enriquecem a trama e ajudam na composição dos personagens. Uma das atrizes, que mais abusou disso foi Marylin Monroe, a loura mais estonteante da história do cinema, talvez não brilhasse tanto, caso não estivesse usando aquele vestido rosa choque em “Os Homens Preferem as Loiras” (1953).

Aliás um vestido esvoaçante, transformou a atriz americana no maior símbolo sexual de todos os tempos. Em “O Pecado Mora ao Lado” (1955), a personagem de Marylin, não tinha nome, mas nem precisava, porque seu figurino dizia muito sobre a garota que ela representava. Ainda hoje, a cena do vestido branco de Marilyn, sendo levantado na rua pelo jato do respiradouro do metrô, é copiada por mulheres do mundo inteiro e várias produções audiovisuais, já fizeram diversas releituras da imagem.

Assim como na vida real as roupas, costumam, caracterizar a imagem de uma pessoa, no cinema não é diferente. As peças definem a época que a história se passa, cenário, local e personalidade dos protagonistas. Como o cinema trabalha muito com visual e ambientação, então o figurino dos personagens são importantes para a compreensão da história e ajuda na identificação do público com o enredo.

Em alguns filmes como os de super-heróis: as roupas, que eles usam os identificam como seres com poderes especiais. Você acha que só Peter Parker com aquela cara de nerd criaria tanta empatia com o público se lutasse de cara limpa e não com o uniforme de Homem-Aranha? Dificilmente, seu traje vermelho e azul com desenho de aranha mexe com o imaginário dos fãs. No próprio filme é exibida a cena do processo de criação do figurino. Os admiradores do aracnídeo devem se lembrar, que o fotógrafo desenhou e costurou sua vestimenta.

Por isso os figurinistas, diretores de artes e produtores devem ler atentamente o roteiro para identificar o tipo de figurino que o filme pede. Depois de tomarem conhecimento da narrativa que será filmada. Os responsáveis pela parte artística da obra providenciam a criação de roupas ,especialmente, para a produção. Também procuram visitar lojas, brechós e bazares para escolherem as peças que mais se adequaram a história. Quando escolhem roupas muito novas os figurinistas utilizam um truque: eles envelhecem as roupas, porque os trajes com cara de recém comprados na loja não ficam, visualmente, bonitos, quando são exibidos na telona.

Após escolher o figurino que será usado no filme. Os atores passam pelo processo de prova para ver se a roupa vai combinar com seu físico. Essa é uma das partes mais cansativas, já que são provadas inúmeras roupas e pode acontecer de não ficarem boas na tela ou do diretor não gostar das peças escolhidas. Terminando o processo de aprovação do figurino, é hora de vesti-lo e começar as gravações.

Esse trabalho executado pelos figurinistas, levou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, a criar em 1948 uma categoria de melhor figurino, que tem o objetivo de premiar as produções com maior destaque em suas roupas e composições dos personagens. A premiação valorizou o trabalho de quem tanto valoriza a estética e beleza de um filme.

Por Marcela Servano