Biografia: Jordan Peele
Nascido em Nova Iorque em 21 de fevereiro de 1979 e criado por mãe solteira no Upper West Side de Manhattan, Jordan Peele entrou no mundo do cinema aos 12 anos de idade, época em que começou a frequentar um multiplex com a mãe. Ele iniciou os estudos na escola de artes liberais Sarah Lawrence College, onde quase se formou no curso de marionetes. Após dois anos na faculdade, abandonou os estudos a fim de formar uma dupla de comédia com Rebecca Drysdale, sua colega de quarto e futura roteirista do programa Key & Peele.
Sua estreia na televisão foi em 2003, através do programa MADtv (1995-2009), um programa humorístico de esquetes, baseado na Revista MAD e transmitido pela Fox Broadcasting Company. Com o programa, Jordan Peele foi indicado ao Emmy de 2008 pela música “Sad 50 Cent“, uma paródia de videoclipe do cantor 50 Cent que, na letra, lamentava sobre sua rivalidade com o cantor Kanye West. Depois disso, Peele produziu e estrelou, junto ao amigo Keagan-Michael Key, a série de comédia Key and Peele (2012-2015), onde apresentava uma série de quadros de comédia, performances ao vivo e tiradas sobre diversos aspectos da política e da sociedade. O seriado venceu um Peabody Award e dois Primetime Emmy Awards. Além disso, foi indicado para vários outros prêmios, como o Writers Guild Award e o NAACP Image Award.
Após seus primeiros trabalhos na televisão, e de inúmeras pontas em longas cômicos (como Meet the Fockers, de 2013), Jordan Peele decidiu aposentar a carreira de ator, indo de vez para trás das câmeras, como diretor e roteirista. Sua estreia na direção de um filme foi em 2017, com o aclamado longa de terror Corra! (“Get Out”). O filme, que teve roteiro escrito por Peele, foi um grande destaque durante sua campanha nos cinemas, recebendo aclamação da crítica especializada e também do público.
Por meio das cenas e situações surpreendentes da trama, o filme tem como foco a denúncia de um racismo velado, e traz uma narrativa bem amarrada, contando com sequências que incomodam e assustam mostrando a realidade de uma forma impactante. Com um vasto reconhecimento ao redor do mundo, e garantindo espaço em Hollywood para diretor, o filme fez história ao ser indicado em quatro categorias no Oscar. O longa levou a estatueta de Melhor Roteiro Original, sendo essa a primeira vitória de um cineasta negro na categoria. Um marco que abriu uma sequência muito positiva na categoria de Melhor Roteiro Original, trazendo (ao menos um pouco) mais diversidade à premiação. Em 2019, o prêmio foi vencido por Spike Lee, pelo filme Infiltrado na Klan, e em 2020, o diretor sul-coreano Bong Joon-ho levou a estatueta pelo filme Parasita.
Em 2019, Jordan Peele trouxe um novo longa-metragem para os cinemas. Nós (Us) foi estrelado pela vencedora do Oscar Lupita Nyong´o, e conta a história do casal Adelaide (Nyong\'o) e Gabe (Winston Duke), que decidem levar a família para passar um fim de semana na praia. Porém, com o surgimento de versões macabras de si mesmos, a família se vê refém de uma situação desesperadora.
O filme foi dirigido e roteirizado por Jordan Peele, e se tornou uma das maiores aberturas de filmes de terror da história, faturando mais de 70 milhões em seu fim de semana de estreia. Porém, mesmo com o sucesso econômico e sendo extremamente elogiado pela crítica especializada, Nós foi deixado de lado na premiação da Academia do Oscar. O principal motivo para isso acontecer foi a data de lançamento do filme: o filme fez sua estreia no início de 2019, época onde os filmes lançados acabam não sendo priorizados pelos prêmios televisionados.
Após a direção de Corra! e Nós, Jordan Peele ganhou mais espaço na indústria, e voltou a se envolver em projetos televisivos. Em 2019, o diretor produziu e apresentou o reboot de The Twilight Zone (“Além da Imaginação”, no Brasil), uma série que mistura gêneros como terror, comédia e ficção científica. E produziu e roteirizou a série do Youtube chamada Weird City, uma ficção futurista que conta com um elenco de peso, nomes como Dylan O´Brien, Michael Cera, Rosario Dawson e Ed O´Neill.
Também em 2019, Peele começou a produção do filme A Lenda de Candyman, baseado no filme homônimo de 1992 e no conto “The Forbidden”, de Clive Barker. O filme tem direção de Nia DaCosta, e teve seu lançamento previsto para junho de deste ano, porém, com a chegada da pandemia do coronavírus, teve sua estreia adiada para 2021. Já em 2020, Peele participou da produção da série Hunters, da Amazon Prime, protagonizada por Al Pacino (O Poderoso Chefão), Logan Lerman (As vantagens de ser invisível) e Josh Radnor (How I Met Your Mother), que vivem membros de uma equipe de caçadores de nazistas na Nova Iorque de 1977.
A filmografia de longa-metragem de Jordan Peele é composta pelos seguintes filmes:
Corra!
Protagonizado por Daniel Kaluuya, o filme conta a história de Chris Washington, um jovem fotógrafo que topa passar alguns dias ao lado da namorada, Rose (Allison Williams), no casarão dos pais da moça, a fim de conhecê-los. Porém, com o passar dos dias, Chris começa a perceber estranhas atitudes por parte da família de Rose, porém acredita que se tratam de tentativas de lidar com o relacionamento da filha branca com um jovem negro. Entretanto, com o passar do tempo, ele percebe que a família esconde perturbadores segredos, e logo se vê em uma situação onde precisará lutar para sobreviver.
O filme fez história ao receber 4 indicações no Oscar de 2018 (incluindo o de Melhor Filme), além de outras no BAFTA e no Globo de Ouro do mesmo ano. Levando Jordan Peele ao estrelato, e rendendo para o diretor e roteirista a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado.
Nós
Lançado em 2019, o segundo filme de Jordan Peele conta a história de Adelaide (Lupita Nyong´o), uma mulher que decide passar um final de semana na praia junto a sua família. A viagem, que se inicia como um tempo de descanso, logo se transforma em uma sucessão de eventos perturbadores, quando um trauma de infância volta a assombrar Adelaide. A família então se vê em apuros quando se deparam com versões terríveis deles mesmos.
O destaque do longa fica por conta de Lupita Nyong´o, que dá um show de atuação, interpretando as duas versões da personagem. O filme recebeu grandes elogios da crítica especializada, alcançando também um ótimo público em suas sessões nos cinemas.
Por Pedro Dourado