Emmy 2019: As boas surpresas do maior prêmio televiso americano
No último domingo (22) aconteceu a 71ª edição do Emmy Awards, evento responsável por premiar as principais produções audiovisuais da televisão americana. Séries, minisséries e filmes para a TV são prestigiados durante toda uma noite. O problema é que muitas vezes a celebração toda é previsível demais.
Mas olha só que coisa boa: o Emmy 2019 nos surpreendeu positivamente na escolha de alguns vencedores. Mesmo que a grandiosa HBO tenha se mantido na liderança em números, a noite foi daqueles que subiram ao palco com um gostinho de frescor.
Já havíamos dito por aqui que as indicações em comédia foram tomadas por nomes de mulheres, e foi assim que a vitória chegou para um daqueles mais citados na noite - e que será alvo de muita atenção a partir de agora. Phoebe Waller-Bridge foi, acredito que possamos chamar assim, a rainha da noite.
Phoebe é a responsável pelo roteiro de Fleabag, além de se apresentar como a protagonista do show. A comédia, sobre a qual já falamos por aqui também, é uma das melhores criações para a televisão nos últimos tempos. Sem exageros. Waller-Bridge faz um humor inteligente e carregado de complexidade, apesar de não ser escancarada, e por isso não se torna maçante.
Fleabag surgiu como um monólogo que Phoebe fazia em teatros, e traz uma mulher que encara um momento não tão bom em sua vida. Sua relação com o sexo, um acontecimento trágico e sua família um tanto quanto desestruturada emocionalmente são os principais pilares da série.
Foi assim que Fleabag proporcionou à atriz, roteirista e produtora, 3 Emmys na 71ª edição: Melhor Série de Comédia, Melhor Roteiro de Comédia e Melhor Atriz de Série de Comédia. Vale lembrar que Phoebe escreve e produz a série Killing Eve, que premiou Jodie Comer em Melhor Atriz de Série Dramática.
Já entendemos o que significa isso, né!? Vamos prestar atenção em Phoebe Waller-Bridge; afinal, nesta terça-feira a Amazon já anunciou um contrato de cerca de US$20 milhões por três anos para conteúdos exclusivos com a atriz/roteirista/produtora.
E não para por aí! Outro prêmio que talvez não fosse tão surpresa assim, mas causou um impacto extremamente positivo, foi o de Melhor Ator em Minissérie ou Filme para a TV para Jharrel Jerome por Korey, personagem que interpretou na aclamada Olhos que Condenam.
Jerome foi o primeiro afro-latino a conquistar o prêmio, além de ser o ator mais jovem a ser premiado na categoria, com 21 anos. Seu discurso emocionou a todos por citar o nome dos personagens que viveram essa história na realidade, no caso conhecido por os Cinco Inocentados.
“Estou aqui na frente de pessoas que me inspiram”, disse o ator, que agradeceu muito o apoio de sua mãe para interpretar Korey Wise. “Obrigado a Ava DuVernay, Netflix, minha equipe, porém, mais importante, isso é para os homens que conhecemos como os Cinco Inocentados, isso é para Raymond, Yusef, Antron, Kevin e Korey”.
A série de Ava DuVernay, que tem morada na Netflix, é mais uma indicação de extrema qualidade, que recebeu indicações por roteiro e direção e se tornou um fenômeno de público.
Mais uma alegria da noite foi a vitória de Billy Porter, que levou o prêmio de Melhor Ator em Série Dramática por sua atuação na magnífica Pose (outra série de peso que trata de questões essenciais). Porter se tornou o primeiro homem negro abertamente gay a receber o principal prêmio para série dramática.
Em meio a algumas mesmices, esses respiros se tornam importantes para que olhemos com mais esperança para essas produções. Fica nossa torcida para que cada vez mais quem tem poder de escolha olhe para essas figuras e obras que se diferem.
Por Mariana R. Marques