Fernando Coimbra: um brasileiro em Hollywood
Nascido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Fernando Coimbra, desde pequeno sabia que queria ser cineasta. Quando criança ele e o irmão costumavam alugar VHS nas locadoras da cidade. Assim, que terminavam de assistir os filmes os garotos pegavam a câmera da família e faziam releituras das cenas que tinham acabado de ver. Ainda, editavam tudo no videocassete e exibiam para os pais. O menino cresceu e deixou sua terra natal para cursar Cinema e Audiovisual, na Escola de Comunicação e Arte (Eca). Durante esse período de estudo na USP, Fernando Coimbra, ingressou no Teatro Oficina e estudou atuação e direção de atores, ficou nove anos por lá e trouxe a experiência do teatro para o cinema.
Iniciou sua carreira dirigindo curtas-metragens, destaque para os títulos: Garrafa do Diabo, Retrato de Deus Quando Jovem e Trópico das Cabras. Ele também assina o roteiro das produções. Porém, o reconhecimento veio em 2013, com a estreia de O Lobo atrás da Porta, sucesso de público e crítica que deu o merecido reconhecimento ao trabalho do diretor, que começou a escrever o roteiro do filme quando tinha 22 anos e ainda era estudante universitário. O longa-metragem ganhou os prêmios de melhor filme no Horizontes Latinos, no Festival de Cinema de San Sebastián de melhor longa pelo voto popular e de melhor atriz para Leandra Leal, no Festival do Rio 2013. Sendo indicado também ao prêmio “Directors Guild of America Award”, considerado um termômetro para o Oscar.
O lançamento desse filme funcionou como um passaporte para alçar vôos internacionais, seu talento despertou o interesse da Netflix, que o convidou para dirigir a primeira temporada de Narcos, estrelada por Wagner Moura, no papel do traficante Pablo Escobar. Os dois episódios dirigidos por Coimbra foram considerados os melhores da série. Isso abriu novas portas em sua carreira e, ele acabou recebendo uma proposta para dirigir em Hollywood. Sua estreia internacional foi em Sand Castle (Castelo de Areia), estrelado por Henry Cavil (O Superman) e Nicholas Hoult (O Fera, jovem de X-Men: Primeira Classe), o filme chegou em abril de 2017 na Netflix e conta a história de soldados que lutam na Guerra do Iraque.
Coimbra encarou como um desafio arriscado na carreira, dirigir um filme em solo estadunidense, que lidasse com um tema tão delicado para o país. Mas, não teve dúvida em aceitar. Em entrevistas que deu falando sobre o processo de realização do filme, ele ressalta que procurou dar um olhar humano para os personagens e quis desmistificar a imagem dos soldados que vão para uma guerra. Para realizar esse trabalho o diretor passou quatro meses filmando na Jordânia.
Depois desse filme Coimbra, dirigiu alguns episódios de Outcast, série produzida pelo mesmo criador do sucesso The Walking Dead, Robert Kirkman. O diretor também, está em fase de finalização do longa-metragem Os Enforcados, por esse projeto ele foi premiado, no Festival de Sundance, com o Global Filmmaking Award. O suspense estrelado por Fernanda Torres, ainda não tem data estreia. Porém, a obra tem produção da Gullane em parceria com a Globo Filmes e o Telecine.
Atualmente, Coimbra faz parte do time de diretores da Delicatessen filmes, produtora paulista e se prepara para mais um trabalho internacional, pois em abril de 2019, recebeu o convite para dirigir o filme de terror estadunidense Possession: A Love Story, um terror sobrenatural que integrou a Black List, listas dos melhores roteiros não filmados dos Estados Unidos.
Sem dúvida Fernando Coimbra, é hoje um dos melhores diretores brasileiros em atividade. Por isso, você não pode perder o bate-papo com o cineasta, que acontece no dia 05 de junho a partir das 18h no Instituto de Cinema. Para acompanhar a palestra do diretor, é só clicar e se inscrever por esse link: https://forms.gle/9vmkY3PT9PhH2SLX6
Por Marcela Servano