História da Animação no Brasil
A produção de animações brasileiras foi uma das primeiras a surgir no mundo. Com mais de 100 anos desde seu primeiro lançamento, teve suas origens nas caricaturas animadas (ou calungas), feitas por Raul Pederneiras em abril de 1907.
Dez anos depois, em 1917, aconteceu o lançamento do primeiro produto audiovisual animado de origem brasileira: O curta-metragem Kaiser, de Álvaro Marins, que estreou no dia 22 de janeiro, no estado do Rio de Janeiro. O filme se trata de uma charge animada, que mostra o imperador Guilherme II colocando sobre a cabeça um capacete, representando seu controle sobre o mundo. Na sequência, o planeta crescia e acabava engolindo o rei da Prússia. O filme teve como contexto a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial, quando o presidente Wenceslau Braz assinava a declaração de guerra à Alemanha.
No ramo dos longas-metragens animados, o primeiro foi lançado em 1953. Dirigido e inteiramente animado por Anélio Latini Filho, o filme intitulado Sinfonia Amazônica conta a história do pequeno índio Curumi, que narra diversas histórias do folclore da região amazônica. Para a produção, Anélio Latini possuía poucos recursos, e por isso levou cerca de seis anos para concluir a obra, que conta com cerca de 500 mil desenhos em preto e branco. O filme foi um tremendo sucesso de público na época.
O primeiro longa-metragem animado com cores foi lançado somente no ano de 1971. Presente de Natal foi produzido sem incentivos estatais ou privados pelo quadrinista Álvaro Henrique Gonçalves. Porém, teve sua distribuição impossibilitada pelo país, sendo lançado restritamente no estado de Manaus.
Um outro obstáculo que as produções de animação encontraram no Brasil foi a censura, muito forte durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Uma das produções censuradas foi o curta Aventuras de Virgolino (1938), do cearense Luiz Sá, impedido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) de exibir seu trabalho durante a visita de Walt Disney ao Brasil.
A animação brasileira nasceu com espírito provocador, herdando a criatividade de charges e histórias em quadrinhos, e alcançou seu maior destaque entre os anos 1980 e 2000. Confira alguns longa-metragens de animação brasileiras de destaque:
O Natal da Turma da Mônica, 1976
Primeira animação da Turma da Mônica, obra de Maurício de Souza, contava com um simples enredo, mas suficiente para se tornar um grande marco televisivo, com o sucesso decorrendo da primeira aparição em um filme animado dos famosos personagens.
Cassiopéia, 1996
Dirigido por Clóvis Vieira, Cassiopéia foi a primeira animação 100% digital brasileira, foi lançada alguns meses depois de Toy Story, considerada a primeira animação 100% digital internacionalmente. O filme conta a história de Clóvis, e é ambientado num planeta na constelação de Cassiopéia, que vive em paz até a chegada de invasores que sugam sua energia vital
Uma História de Amor e Fúria, 2013
Dirigido por Luiz Bolognesi, o filme conta a história do Brasil desde seu descobrimento até seu futuro. Acompanhamos um personagem de 600 anos, que passou por todas as fases e mudanças do país. O elenco conta com nomes como Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro, e foi um sucesso de crítica, conquistando prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio da Audiência no Festival Europeu de Cinema Fantástico de Estrasburgo, e os prêmios de Melhor Animação e Melhores Efeitos Visuais no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2014.
O Menino e o Mundo, de 2015
Dirigido por Alê Abreu, esse filme conta a história de um menino que mora no campo, e por causa da falta de emprego, vê seu pai tendo que mudar para a cidade grande. Ele então decide ir atrás dele, devido a tristeza e saudades que sente. O filme levou o prêmio de Melhor Animação no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, além de ter se destacado com uma indicação ao Oscar de Melhor Filme de Animação naquele ano.
A linguagem da animação possibilita contar as histórias mais fantásticas que podemos imaginar. Desde chaleiras falantes até dragões voadores, passando por planetas alienígenas e mundos extraordinários.
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Por Pedro Dourado.