Instituto de Cinema de SP

Luz Dura e Luz Difusa: Entenda a diferença

A luz, de acordo com a maneira que é incidida e trabalhada, gera diferentes tipos de sombras e percepções em cenas e fotografias. Seja a luz natural, artificial ou ambiente, ela é um componente fundamental para a composição da cena, e dependendo da forma que for construída pelo fotógrafo ou diretor de fotografia, irá gerar diferentes efeitos e resultados.


Dentre os possíveis resultados que se podem atingir ao trabalhar a luz de uma fotografia ou filme, uma importante característica a ser pensada é a “dureza” da luz. Ou seja, a forma como a luz incide sobre o objeto que será fotografado. Essa pode variar entre uma luz dura até uma luz suave ou, como também pode ser chamada, difusa. Entenda melhor esses termos e sua diferença a seguir:


Luz dura


A luz dura recebe esse nome por gerar uma sombra bem marcada, com um contorno fácil de distinguir, e um nítido contraste entre a luz e as sombras. Ela é ocasionada quando a luz incide diretamente sobre o objeto fotografado. O sol, em um dia sem nuvens, projeta exatamente esse tipo de iluminação, por exemplo.


Essa característica de iluminação é usada quando se intenciona definir o contraste entre claro e escuro. Muitas vezes utilizada para marcar expressões, gerando oposição entre um objeto e outro, trazendo dessa forma a possibilidade de destacar situações e personagens, e fazendo com que a cena tenha um peso maior, um efeito mais dramático, por exemplo. Tudo vai depender do seu objetivo para a cena, e esse tipo de luz é um auxílio para enriquecer a composição da cena, pois carrega a ideia de mistério e drama.


Um exemplo conhecido de composição de cena fazendo uso de luz dura é a fotografia de Iain Macmillan, que fotografou a capa do álbum Abbey Road, do grupo The Beatles, com uma luz natural marcando bem as sombras dos integrantes da banda. E também é muito utilizada em cenas de suspense, uma vez que as sombras são utilizadas para gerar a atmosfera de mistério intencionada.


Luz difusa


Em outro pólo, podemos nos utilizar da luz difusa. Em muitas cenas fotógrafos não desejam mostrar sombras demarcadas, e para isso, fazem o uso dos conhecidos difusores. Ou seja, materiais que auxiliam o tratamento da luz, difundindo-a, e fazendo com que a iluminação e as sombras sejam mais suaves e delicadas.


Sejam eles softboxes, rebatedores, pedaços de isopor, ou até mesmo nuvens, os difusores nos ajudam a deixar a iluminação mais homogênea, dissipando e espalhando a luz. São feitos com materiais que absorvem pouca, ou até mesmo nenhuma luz.


Utilizando a luz difusa, podemos trazer para a cena um tom calmo e suave, por exemplo. Em geral, as sombras mais difusas são usadas para serem discretas, quase imperceptíveis.


Um exemplo do uso de luz difusa para composição de cena é a tão conhecida fotografia de Dorothea Lange, que registrou Florence Owens Thompson e seus filhos, durante o período da Grande Depressão dos Estado Unidos.


 


Ao compor uma cena ou uma fotografia, existe muito a se pensar sobre como a luz e as sombras serão utilizadas para atingir o efeito desejado pelo Diretor de Fotografia. Luzes duras ou difusas são elementos que precisam ser conhecidos tecnicamente para que possam ser aplicados em suas cenas, enriquecendo cada vez mais a composição do quadro e a mise en scène.


 


Por Pedro Dourado

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