Top 10 Filmes de 2019
Super-heróis e supervilões, delírios coletivos e dilemas privados, dramas emocionantes e histórias surpreendentes e perturbadoras. O ano de 2019 foi riquíssimo para o cinema brasileiro e mundial, com blockbusters batendo recordes, o streaming marcando presença, e filmes estrangeiros conquistando seu espaço e debatendo temas contemporâneos extremamente importantes.
Pensando no sucesso de tantos filmes diferentes, o Instituto de Cinema preparou para você um Top 10 com os melhores filmes de 2019! Bora conferir?
TOP 10 Filmes de 2019
Parasita
Toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos.
O filme constrói retratos grotescos destas duas famílias e, com isso, da sociedade capitalista como conhecemos. A desigualdade social é o tema e a noção de parasitismo do título descreve tanto o conflito central quanto a relação entre classes. Afinal, quem parasita a quem?
Dor e Glória
Salvador Mallo (Antonio Banderas) é um melancólico cineasta em declínio que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema.
Neste trabalho, o mais recente e, segundo o diretor, mais pessoal filme de Almodóvar, o protagonista constitui um alter-ego de seu criador. Com duas linhas temporais que se mesclam quando menos esperamos, o longa conta delicadamente a uma história sobre a vida, o tempo e os amores.
Coringa
Neste filme de origem, Todd Phillips define a sociedade capitalista neoliberal como o ponto de partida de onde seria possível surgir um vilão psicopático como o Coringa. Personagem impressionantemente interpretado por Joaquin Phoenix que fala ao íntimo dos espectadores, emocionando pela força da empatia que gera.
Arthur Fleck (ou Coringa) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante.
Era uma vez em… Hollywood
Neste filme, a mente milaborante de Tarantino se volta para o universo cinematográfico Hollywoodiano para recontar, a sua própria maneira, a trágica história da atriz Sharon Tate, ou como ela poderia ter sido no mundo dos “era uma vez”.
Em Los Angeles no ano de 1969, Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) é um ator de TV que, juntamente com seu dublê, Cliff Booth (Brad Pitt), está decidido a fazer nome em Hollywood. Para tanto, ele conhece muitas pessoas influentes na indústria cinematográfica, e acidentalmente acaba entrando em contato com os assassinatos realizados por Charles Manson na época, entre eles o da já mencionada atriz Sharon Tate (Margot Robbie), que na época estava grávida do diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha).
Bacurau
Daqui a alguns anos, num Brasil distópico e assustadoramente próximo se desenrola a trama de Bacurau. O filme, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, retrata uma pequena cidade fictícia no sertão nordestino que lida com alguns dilemas antigos, como a escassez de água e o descaso do governo, e outros nem tanto. Sob o ataque de invasores quase alienígenas (mas na verdade apenas brancos extremistas), que têm o intuito de literalmente tirar a cidade do mapa, os moradores de Bacurau se veem — novamente — na necessidade de lutar por sua sobrevivência.
O vencedor do Prêmio do Juri do Festival de Cannes mescla gêneros e referências para tratar das relações de poder estabelecidas historicamente entre a metrópole e a colônia, propondo uma revolução simbólica dos brasileiros contra o colonizador.
Um Elefante Sentado Quieto
Um filme cinza, que se passa num dia frio, com personagens solitárias e a história de um elefante misteriosamente sentado imóvel em algum lugar por ali. O diretor do filme, Hu Bo, opta por uma abordagem melancólica e descritiva do atual estado da sociedade.
No enredo, o individualismo marca várias histórias paralelas. Um garoto se envolve numa briga na escola, que provoca o acidente de um colega, filho de uma família poderosa. A melhor amiga dele está em apuros após o vazamento de um vídeo íntimo envolvendo o vice-diretor da escola. Seu avô mora com a filha, mas sofre pressão para se mudar para um asilo, deixando mais espaço aos outros moradores. Yu Cheng dorme com a esposa de seu melhor amigo, mas quando o caso é descoberto, este se joga de uma janela e se mata. À medida que as histórias se cruzam em um único dia, eles ouvem falar da cidade vizinha de Manzhouli, onde haveria um elefante sentado, imóvel, símbolo da inércia a qual todos estão submetidos.
História de um Casamento
Em História de um Casamento, Noah Baumbach nos traz uma narrativa sensível e real a respeito de um casal que já não mais consegue sustentar seu relacionamento. Após anos casados, Nicole (Scarlett Johansson) e seu marido Charlie (Adam Driver) estão passando por muitos problemas e decidem se divorciar. A partir desta premissa, o diretor então constrói um retrato de como esse processo é capaz de deteriorar qualquer relação.
Utilizando elementos passíveis de serem identificados em qualquer relacionamento, o filme narra, na verdade, a história de um divórcio. Dos sentimentos que se foram, e dos que permanecem. Extremamente tocante, é um filme doloroso de se ver, mas que emociona e encanta.
O Irlandês
Conhecido como "O Irlandês", Frank Sheeran (Robert De Niro) é um veterano de guerra cheio de condecorações que concilia a vida de caminhoneiro com a de assassino de aluguel número um da máfia. Promovido a líder sindical, ele torna-se o principal suspeito quando o mais famoso ex-presidente da associação desaparece misteriosamente.
Em sua nova narrativa, Scorsese revisita um mundo já conhecido: a vida de gângster. Entretanto, diferentemente dos clássicos Os Bons Companheiros e Cassino, desta vez o diretor adota uma perspectiva diferente. Trata-se do outro lado da moeda desse universo familiar, a melancolia e a solidão que existem como fruto de uma vida de crimes.
A Vida Invisível
“Inspirado na vida de milhões de mulheres”, o longa-metragem que conta a história de Guida e Eurídice é uma adaptação do livro A Vida Invisível de Eurídice Gusmão dirigida por Karin Aïnouz. Definido como um melodrama tropical, o filme faz um retrato quase palpável da sociedade do Rio de Janeiro dos anos 1950.
Em um mundo opressor e patriarcal, as duas irmãs, nascidas na classe média brasileira são tomadas por dois destinos distintos: De um lado, Eurídice e um casamento tradicional, com a construção de uma família costumeiramente patriarcal, costurada em meio a silenciamentos e submissões. Do outro lado, Guida, uma personagem cheia de potência, que foge e logo descobre o que é ser uma mulher sozinha no mundo. Em comum, a demonstração da opressão misógina se impondo ao caminho das duas.
Nós
Dirigido por Jordan Peele, mesmo diretor de Corra! (confira a crítica aqui), Nós é um filme que não se limita pelas definições de filme de arte e filme comercial. Equilibrando convenções do gênero de terror com questões filosóficas, o filme se torna um pesadelo metafórico, aberto a uma infinidade de leituras.
No enredo, Adelaide (Lupita Nyong\'o) e Gabe (Winston Duke) decidem levar a família para passar um fim de semana na praia e descansar em uma casa de veraneio. Eles viajam com os filhos e começam a aproveitar o ensolarado local, até que a chegada de um grupo misterioso muda tudo e a família se torna refém de seus próprios duplos.
E aí? Curtiu a lista? Aqui no InC já estamos super ansiosos pelos filmaços que nos esperam no próximo ano!
Por Isabella Thebas