Instituto de Cinema de SP

Parasita: filme sul-coreano é considerado um dos melhores do ano e promete para Oscar 2020

Você conhece Parasita? Acredito que antes de levá-lo a uma reflexão sobre o que se trata o filme, é preciso apresentar devidamente a produção sul-coreana. O longa tem direção de Bong Joon Ho, que é responsável por filmes como Madeo (2010) - Mother, se americanizado, e Okja (2017), produção até que recente da Netflix; o roteiro é uma parceria entre Joon Ho e Han Jin Won. 


A premissa entregue nos revela uma família de pessoas desempregadas que finalmente descobre uma mina de ouro: explorar a rica família Park para conseguir emprego a todos. Mas os planos serão atrapalhados por eventos imprevistos.


Assim somos introduzidos à obra de Bong Joon Ho, que já tem sua marca no cinema por tratar assuntos sérios e sociais com humor um pouco ácido. Em Parasita não seria muito diferente. Mesmo sendo difícil definir um gênero exato para o filme, que tem tantas nuances, o humor está claramente intrínseco no roteiro, direção e atuação. Sempre com o suspense no ar.


A família vive em um pequeno porão que claramente não conforta os 4 personagens. Além do ambiente pequeno e amontoado, Ki-woo, o filho, anda pra lá e pra cá com o celular para o alto na tentativa de encontrar um sinal de wi-fi. Essa é uma introdução perfeita para o que veríamos nas horas seguintes e para entender a realidade em que sobrevivem.


O dinheiro que recebem vem das caixas de pizza que montam, e a real esperança de mudança só chega com a figura de um amigo do filho, que o indica para dar aulas de inglês a Da-hye, filha de um casal rico. Essa foi a chave de virada para a família! 


A expressão de Ki-woo nos faz entender quão distante está daquela realidade assim que entra na casa da família Park. Ambientes largos, cores claras, muita luz e um jardim magnífico escancaram a diferença entre uma família e outra. A diferença entre uma família que agradece por uma noite de chuva e outra que chora com a perda de tudo o que se tem caso venha uma enchente.


Essa história parece conhecida, não é!? Essa é, talvez, uma das maiores qualidades do filme. O termo “universal” lhe cai muito bem. A trama, apesar de se passar em um país tão distante, poderia muito bem acontecer em nosso país. Ou em qualquer outro onde se enxerga desigualdade social. Essa é uma dimensão que Bong Joon Ho não esperava alcançar.


O diretor contou que ao desenvolver o projeto, pensava em retratar a cultura da Coreia do Sul, aquela em que vive e conhece, mas as respostas de tantos cantos do mundo o mostraram quão universal era seu filme e que, no fim, fala sobre vítimas de um mesmo problema: o Capitalismo. 


Não vou lhe contar os detalhes da obra, já que o intuito aqui é fazer com que você vá ao cinema e aprecie um dos grandes filmes de 2019. O vencedor da Palma de Ouro em Cannes este ano. Que rende cada vez mais elogios e é promessa para o Oscar. Nada disso é gratuito!


A forma como a produção nos insere nesse universo é, digamos, sorrateira. Somos conduzidos com bom humor pelo grande elenco escolhido, e as situações são colocadas à vista pouco a pouco; é por cada uma delas que percebemos a problemática ganhar força. 


O cinema sul-coreano é extremamente competente, como já dissemos por aqui. Parasita é mais uma prova disso, mas por enquanto deixarei esse ar de mistério, na esperança de que você corra para um cinema e passe pela experiência de assisti-lo. Obras originais são sempre um respiro, seja para os cinéfilos ou não. Aliás, essa é outra qualidade do longa. Por ser sul-coreano, muitas vezes pode ser pintado de “difícil de assistir”, mas sua linguagem é tão universal quanto seu tema, por isso, não é preciso ser cinéfilo para prestigiá-lo. 


Assista o trailer abaixo e não perca a chance de ir ao cinema!


Por Mariana R. Marques


 

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